Sororidade e Viagens – Ajudando mulheres a ganhar o mundo

A tal sororidade 

quatro mulheres mulçumanas sentadas em uma rua de Tamale, em Gana
Mulheres africanas mostram que a união faz a força. Foto: Mariana Barros

 Apoiar outras mulheres em suas decisões e dores, fazer elas crescerem junto com você, não pré-julgar. Compreender, ter empatia. Sororidade é um tanto e um pouco de cada coisa dessa. E quando estamos em um ambiente diferente do que estamos acostumadas e principalmente que oferece algum tipo de risco para mulheres, a sororidade se mostra essencial. 

Essa crônica abaixo veio para ilustrar uma situação que nós como mulheres viajantes podemos passar em nossas andanças. E de como o apoio de outra mulher pode nos ajudar a continuar seguindo em frente e ocupando espaços que antes nos diziam que não poderíamos ocupar. 

 

Sororidade que atravessa fronteiras 

Mulheres africanas com filhos
Sororidade nos gestos e olhares. Foto: Mariana Barros

Era fim de tarde na pequena cidade de Tamale no interior de Gana, na África. Voltando para o nosso hotel depois de uma longa reunião com jornalistas em uma ONG local nossa van parou de repente. Era um cortejo de um tribo local que atravessava a pista. Eu não pensei duas vezes em trocar o meu descanso tão esperado por registrar aquele acontecimento. 

Assista e escute o podcast Conexão Sister

Eram dezenas de homens, com espingardas em mãos seguindo um outro montado em um cavalo. Uma pequena multidão ao redor cantava, batucava tambores e se aglomeravam ao redor do homem que depois descobri que era  o novo chefe da tribo em um ritual de transição do comando já que o anterior havia morrido. 

Em poucos instantes eu e minha colega uruguaia chamávamos atenção como estrangeiras e suas câmeras. Muitos homens se aproximavam da gente falando em um dialeto que não conhecíamos. Outros tocaram para nossas câmeras e no final do registro pediram dinheiro e quando dissemos que não tínhamos ficaram enfurecidos. 

Foi quando uma mão tocou em meu ombro e apontou para a porta de entrada de um quintal compartilhado por cerca de quatro casas de taipa. Entrei. Eram dezenas de mulheres com filhos, cozinhando, conversando, amamentando e que nos chamaram para fazer parte daquilo. Uma delas se aproximou e falou “cuidado com suas bolsas e pertences, podem tentar roubar e cuidado com os homens eles podem tentar se aproveitar de vocês”. Foi como se ela tivesse me abraçado depois de ser quase engolida por uma pequena multidão de desconhecidos. Me senti segura, ali, naquele quintal. Livre para fazer minhas fotos daquelas mulheres que se reuniam em ritual de sua cultura. Que compartilhavam suas comidas e se apoiavam uma nas outras.

Ninguém solta a mão de ninguém. Sororidade em toda parte. Foto: Mariana Barros

Na nossa despedida orientaram por onde deveríamos sair e onde deveríamos pegar um transporte para o hotel. Quando chegamos na pista para esperar uma tuktuk passar já haviam outras mulheres que estavam no aguardo. Quando chegou, a primeira da fila nos chamou e cedeu a vez. Perguntou onde estávamos hospedadas e explicou ao motorista, orientou o caminho e ainda nos disse exatamente quanto seria o valor da corrida. Um banho de sororidade das africanas.

 

Apoie uma mulher viajante

Tem aquela amiga que sonha em conhecer um lugar mas não foi porque não companhia ou tem medo de viajar sozinha? Ou aquela que desistiu porque disseram que seria perigoso demais para uma mulher? 

Além de muitos julgamentos externos sobre o que uma mulher pode ou não fazer, ainda existem aquelas mulheres que precisam lidar com vários conflitos internos para conseguir romper barreiras e chegar no seu sonho. 

São essas mulheres que precisam da sua ajuda e estímulo. Compartilhe suas histórias de viagem, da liberdade ao conseguir viajar sozinha, escute os receios dessas mulheres e crie redes para falar sobre esse assunto e finalmente inspirar. 

E se você esbarrou em uma mulher viajante na sua cidade não hesite em dar dicas e orientar sobre locais seguros e inseguros e rotas legais que ela pode fazer. Essa ajuda pode fazer toda diferença na experiência da outra mulher 

E essa tem sido a missão da Sisterwave: Encorajar MULHERES a exercerem suas diversas formas de LIBERDADE.

Tem vontade de viajar sozinha, mas tem muito medo? Nesse post falamos sobre o medo do primeiro mochilão.

Quer saber como tudo começou? Olha só.

Quer saber mais sobre a rede?

Siga-nos no Instagram

Curta-no no Facebook

E se cadastre no site ou no app disponível para Android.