A jornada para o nascimento da Sisterwave

Sonho em conhecer a terra do Dragão

Em 2015, eu fiz a minha primeira viagem internacional e na qual estaria grande parte sozinha e a segunda para o exterior da minha vida. Nesse momento, meu sonho ainda não era ser uma viajante, uma nômade digital, viajara todos os continente e a Sisterwave ainda nem pensava em nascer. Naquele momento de vida, meu sonho era conhecer o Butão,  país asiático em que felicidade é uma política de governo. Por isso, queria ver e sentir de perto como funciona.

Ao invés de terem o PIB (Produto Interno Bruto) eles possuem o FIB (Felicidade Interna Bruta ou Gross National Happiness, em inglês). Para medí-lo, eles possuem diversas métricas para analisar a felicidade, como: contato com a natureza, confiança nos governantes, diversidade cultural, saúde, padrão de vida, entre muitos outros, mas o que mais me marcou foi a gestão equilibrada do tempo. Isso quer dizer: ter tempo para seu trabalho, famíia, para amigos, para sua espitirualidade e para si mesmo.

Toda essa lógica me fascinou e queria ver de perto como funcionava. Eu e uma amiga, Marina Moares, que também se encantou pela ideia, nos planejamos para realizar isso. As duas estavam com muito medo pois nenhuma das duas tinha viajado internacionalmente sem o suporte de um grupo ou agência. Muito menos  para tão longe.

Assista e escute o podcast Conexão Sister

O plano era: ela ficaria 20 dias comigo, nos quais iríamos para a Tailândia e Butão, depois voltaríamos para a Tailândia e ela voltava para o Brasil e eu ficava mais um mês sozinha. Em outubro de 2015 embarcamos. A ansiedade e o medo eram tão grandes que uma semana antes eu estava pensando seriamente em desistir de realizar meu sonho por medo do desconhecido.

Lições do Butão e Tailândia

Esses dois países me ensinaram muito. Vi como o nosso presente é realmente o que temos. E como muitas vezes nós deixamos para depois os nossos planos e sonhos, como se tivéssemos a garantia de que teremos todo esse tempo para vivê-los. A nossa única garantia é o presente e esquecemos de vivê-lo por estarmos cheio de atribuições, que muitas vezes fazemos apenas para cumprir com o status social.

Na Tailândia, conheci muitas pessoas que estavam viajando por muito tempo. Seis meses, 1, 2 anos. De início, pensava que eles eram muito ricos para poder fazer isso. Mas, ao conviver por mais dias, vi que não. Na verdade, a grande diferença era que eles não estavam viajando de férias. Eles deixaram de ser turistas para virarem viajantes, pessoas em para as quasi a viagem passou a ser um estilo de vida. Essas pessoas viajavam e trabalhavam ao mesmo tempo. Eles eram nômades digitais. Vi que eu, como designer e fotógrafa, também poderia ser. A Sisterwave já nascia em mim. 

 

A viagem por todos os continentes – a Sisterwave crescia em mim

Foto cedida por Jussara Pellicano Botelho em Refúgio Frey, perto de Bariloche, Argentina.

Quando voltei para o Brasil, nenhum dos meus projetos anteriores estava fazendo tanto sentido quanto dar uma volta ao mundo. O plano era, e ainda é, conhecer todos os continentes. Uma outra grande amiga, Rebeca Guedes, se empolgou na ideia comigo. Tiveram momentos em que nós nos separávamos e nos reencontrávamos depois.

Foto cedida por Jussara Pellicano Botelho em Buenos Aires, Argentina.

Viajamos 6 meses pela América do Sul. Foram momentos de grandes descobertas tanto de paisagens, culturas e ampliação de visões de mundo. Foi tambéms uma grande descoberta interna. Nela, pude responder algumas das perguntas existênciais que muitas vezes vem a tona. Porém, dedicamos muito  pouco tempo do nosso cotidiano para tentar respondê-las. Como: De onde vim? Qual é o meu propósito? Quais são minhas sombras? Quais meus poderes? A Sisterwave também começava. 

A viagem também me deu clareza sobre algumas dessas respostas. Claro, que estamos em contante transformação e que ao longo do tempo isso pode ser alterado ou ampliado. Mas, ter tido esse tempo para refletir sobre a minha existência, e com esse contato profundo com a minha essência,  foi primordial para discernir o caminho a seguir.

As primeiras hospedagens colaborativas – a origem da Sisterwave

Voltei para o Brasil e depois fiz um mochilão de 3 meses na Europa. Lá, experimentei pela primeira vez uma rede que oferece hospedagens colaborativas gratuitas. Já conhecia a rede faz tempo, tinha afinidade com a ideia, mas ao mesmo tempo tinha muito receio por conta de assédio e abusos, sobre os quais já ouvi relatos.

As experiências que tive foram muito boas. Mas o medo era sempre uma constante. Conversando com outras mulheres, vi que esse medo não era só meu, que a viagem de uma mulher é gritantemente diferente da feita por um homem em relação à quantidade de ações que temos que fazer ou nos privar de fazer para nos sentirmos mais seguras.

Escute o Conexão Sister no Spotify
sisterwave mulheres no alto da montanha
Foto cedida por Jussara Pellicano Botelho em Machu Picchu, Cusco, Perú.

 

A Sisterwave

Depois desses mochilões, acumulei muitas as experiências sobre o que é ser mulher viajante sola. Ao voltar para o Brasil tinha uma única ideia em mente: fazer uma rede de apoio global para a mulher viajante. Umas 2 semanas após minha chegada, sincronicamente, soube que ia ocorrer o Startup Weekend Woman – Brasília. O evento é um final de semana imersivo para o desenvolvimento de uma startup: ideia de negócio inovadora, que resolve um problema real, escalável e rentável.

Parecia o evento ideal para levar essa ideia para ser desenvolvida. Ainda mais pela temática do evento ser feminina. E assim foi, participei do final de semana intenso, uma equipe de formou e ganhamos o primeiro lugar. Como prêmio, várias consultorias e vantagens para desenvolver nosso negócio.

A hospedagem entre mulheres a preços acessíveis é apenas o primeiro passo. O nosso objetivo é que cada vez mais mulheres se sintam livres, encorajadas e possam viver experiências tão transformadoras e empoderadoras que uma viagem sozinha pode trazer. Sempre uma apoiando a outra. É a sororidade em forma de empresa.

A viagem por todos os continentes ainda está em aberto (faltam América Central, América do Norte, África, Oceânia e Antártida). Porém, agora com um propósito muito maior para ser espalhado pelso 7 cantos: a liberdade da mulher, ideal pregado pela Sisterwave.

E aí? O que achou? Deixe nos comentários as suas impressões, dúvidas, sugestões, eventuais correções.

Tem vontade de viajar sozinha, mas tem muito medo? Nesse post falamos sobre o medo do primeiro mochilão.

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