Recife por uma recifense
Acredita em mim. A melhor maneira de você conhecer uma cidade é através dos olhos de quem a vive. Nasci e me criei em Recife e há quase 30 anos vivendo nela percebi que essa cidade é sempre uma descoberta. Vou tentar compartilhar por aqui o melhor dessa cidade mutante que adora abrir e fechar bares pra satisfazer os recifenses sedentos por novidades e também aqueles pontos tradicionais que há anos fazem parte da nossa história e temos um orgulho danado de mostrar pra quem vem de fora.
Vamos nessa?
Ponto de partida – Boa Viagem
É muito provável que você se hospede em Boa Viagem quando vier ao Recife. A praia urbana mais movimentada da região metropolitana é onde concentra 90% da rede hoteleira e fica bem pertinho do aeroporto. E é também onde temos anfitriãs que podem te receber super bem!
O bairro é considerado um dos mais nobres da cidade, por isso restaurantes, supermercado tem o preço um pouco mais salgado que outros bairros da região, quanto mais perto da praia estiver mais caras as coisas vão ficando!
E já que falamos em praia, a praia de Boa Viagem, cartão postal de Recife é um ótimo passeio pra começar o dia. Dê um passeio pela orla e depois vá tomar uma caipifruta na barraca do Pingo que fica já no Pina, outro bairro onde a orla continua.
Esse lugar é o novo point da galera descolada da cidade, onde você vai se sentir super à vontade pra ficar de boa de biquine e tomar uma caipirosca deliciosa de abacaxi, carambola, morango, limão com hortelã e outras infinidades de drinks refrescantes e gostosos que o pessoal simpático e prestativo oferecem.
Só toma cuidado se for dar um mergulho na praia com as placas de aviso de ataque a tubarão que são frequentes na área.Tire dúvidas com salva vidas e barraqueiros pra saber qual o melhor local pra dar um mergulho em seguraça, mas na boa, recifense que é recifense dá só uma molhadinha na canela pra afastar o calor e não se arrisca.
Recife Antigo – o coração da cidade
Depois de curtir o dia na praia e de dar aquele cochilo depois do almoço vá dar uma voltinha no Recife Antigo. Localizado no centro da cidade é uma pequena ilha rodeada pelo Rio Capibaribe que mescla história com tecnologia. Por lá você vai ver os casarões centenários conservados como antigamente onde funcionam grandes empresas de tecnologia. Lá é onde fica o Marco Zero, ponto de partida da contagem dos quilômetros do estado de Pernambuco e que é uma verdadeira obra de arte nos pés de quem passa por ali.
Uma área que foi toda reformada e reprojetada, e se tornou um verdadeiro cais com atrativos de bares, restaurantes e cultura com o museu Cais do Sertão e um centro de artesanato com produtos feitos a mão de todos os cantos do Estado.
Saindo dali vale muito a pena passear na Rua do Bom Jesus, conhecida também como a rua dos judeus, onde fica a sinagoga mais antiga das Américas – é verdade, não é megalomania pernambucana não! Outra curiosidade sobre o lugar é que foi dali que saíram os judeus fugidos da inquisição da Igreja Católica e compraram terrenos a preço de banana em um país na América do Norte onde fundaram uma cidade chamada Nova Iorque. Sim, foi do Recife que Nova Iorque surgiu. Também não é megalomania não tá?
Andando mais na frente, você vai se deparar com a Praça do Arsenal, onde fica o museu Paço do Frevo, que conta toda história do ritmo pernambucano em um clima bem carnavalesco e poético. E bem pertinho dele fica uma lanchonete antigona, acho que posso até dizer centenária, chamada “As Galerias” onde você pode tomar um bom e velho maltado com uma coxinha. Esse point é dica de local, não tem em nenhum roteiro de revista não!
Aurora da cidade
Já que você tá por ali, vale a pena dar um rolê na Rua da Aurora. Pra chegar do Recife Antigo pra lá, você pode pegar uma bike dessas compartilhadas e ir atravessando as pontes e admirando a paisagem dos rios com a cidade.
No caminho vale dar uma paradinha no Palácio do Campo das Princesas, sede oficial do Governo do Estado e se tiver liberado pra visita entre e dê uma olhada que lindeza é esse prédio e a vista do jardim pra o Capibaribe.
Seguindo a viagem, na Rua da Aurora você vai ver o Palácio Joaquim Nabuco hoje museu mas antes funcionava o plenário da Assembleia Legislativa. Na orla da Rua da Aurora tome um pouco de cuidado com usuários de drogas que frequentam o local, as vezes eles não podem ser muito amigáveis.
Mas é por ali que tem um deck secreto pra a galera que faz remo no Rio e onde você pode andar e ter uma vista privilegiada das pontes e da Prefeitura do Recife com um mural do artista Kobra, do chão ao topo do prédio em uma homenagem a Luiz Gonzaga. Lindo demais
A noite recifense
Depois de andar tanto e de muito sol no “quengo” – como a gente chama cabeça por aqui – é hora de relaxar tomando aquela “breja” – como a gente chama cerveja – bem geladinha.
Ali bem pertinho da Aurora fica o bar Central, point de encontro dos descolados da cidade, frequentado por jornalistas, cineastas, ativistas sociais e boêmios. As cadeiras ficam na rua onde além do Central tem outros bares como o Frontal – esse nome é bom demais, fica em frente ao Central – e o Boi Neón. A diferença do Central pra os outros é que ele tem área interna e um cardápio mais variado que os outros o que deixa seu preço um tiquinho mais salgado. Se for pedir um petisco peça o falafel! É deli!
Mas se você tiver em uma terça-feira à noite no Recife, eu te digo, vá na Terça do Vinil, que fica na Galeria Joana D’arc no bairro do Pina, onde tem música boa, gente bonita e descolada e dois restaurantes e bares bem legais – o Anjo Solto com uma infinidade de opções de crepes e o Haus mais moderninho com uma coxinha de camarão imperdível! E é la na área do estacionamento onde o povo, mesas e cadeiras tomam conta do espaço pra ouvir a boa e velha música brasileira em ritmo de baladinha comandada pelo DJ 440.
Gostaram das dicas pra um dia feliz no Recife? Querem mais? Comenta por aqui! Em breve vou fazer um post sobre o litoral na região metropolitana com as praias secretas que ficam longe da rota das praias famosas.
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Tem vontade de viajar sozinha, mas tem muito medo? Nesse post falamos sobre o medo do primeiro mochilão.
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